7.12.09

Papo-furado

Tinha toda aquela história de Coca-Cola, passeios no parque e mulheres que podiam voar. Pedi a minha (Coca), com gelo. Depois acendi o cigarro e notei que ela vigia meus gestos. Traguei e lancei a fumaça antes de arrotar minhas palavras sem sentido. Daí engatamos algo que deveria ser uma conversa entre duas pessoas fingindo serem normais. Mais veio a tal história que mulheres poderiam voar e quase ri. Ela afirmava que existia e que algum dia me mostraria. Continuei bebendo a Coca, fumando o cigarro. Ela falava, falava e dizia que Porto Alegre é linda a noite, que adorava ver os velhos navios ancorados no cais do Porto. Falou sobre as luzes dos postes em noites geladas e mais um monte de babozeiras que eu fingia gostar.

Alabama, chetchup, chicletes de hortelã

Alabama, chetchup, chicletes de hortelã. Passavam todas as imagens em minha cabeça. Todas e elas sumiram com a estalido que fez a porta do ônibus quando abriu. Alabama, eu me imaginava lá, tomando sol e vendo garotas sorridentes com bochechas rosadas. Todas correndo como doidas, felizes em irem a lanchonete para devorarem volumosos hot dogs com chetchup. Então entra aquela garota de pernas grossas, linda. A barriga da perna forte como aço, roliça. Entrou e parou na roleta. Fiquei ali olhando, observando suas pernas de seis da manhã, indo para o trabalho. Um trabalho que parecia ser fodido. Umas pernas daquelas, e eu só tinha chicletes de hortelã para oferecer.

Quatro paredes

Era como ver um velho guarda-chuva encostado e esquecido num canto da parede. Um lugar perdido no vácuo do passado. Um monte de papel higiênico sujo embolado no fundo de um saco de lixo. Marcos observava o mar ilusório de concreto da janela do minúsculo apartamento. Era a lembrança absurda e borrada de investidas mal suceditas, a lembrança de Carol que o assombrava como um spectro sádico. Era a cuspida de Carol e de todas as mulheres que lhe esmagava as víceras.

Manhã: 9h Um Raio de Sol

 Joana, pelas manhãs se dirigia até a varanda. Ficava ali e bebia seu café, deixava as luzes alaranjada do sol aquecerem seu corpo. tudo brilhava ali, parecia que o sol tinha prazer em banhar, lamber seu corpo. eu servia-me de mais uma xícara de café, tragava o cigarro, e olhava satisfeito e feliz como um pardal na primavera.

Quatro Dias

Quatro dias. Joana trancou-se no banheiro. Bebia, comia, chorava e olhava-se no espelho embaçado. Ricardo sumiu e ela decidiu não mais amá-lo. Vomitava e fazia sair sangue pela boca. Deixava o filete escorrer pelos lábios. Deixava escorrer e depois cuspia tudo no ralo da pia. Desejava também cuspir Ricardo, cuspí-lo e vê-lo escorrer ralo abaixo. Não haveria mais assaltos a bancos, não haveria mais nada que planejaram. Não havia nada além das paredes do banheiro gelado. O México continuaria apenas um país ao longe.

Hot Babes

carlos sentou-se em uma cafeteria. Acendeu um cigarro como fazia de costume. Pediu uma xícara de café e esperou. Enquanto esperava por Susana pensava na mulher do outro lado da rua. Observava o corpo dela, tudo estampado num gigantesco out-door. Hot Babes, dizia. Pensou em anotar no guardanapo o número do telefone anunciado. Só para ver se aquelas mulheres gigantes que invadiam a cidade existiam mesmo.

Foi no fim da primavera

Logo após o fim da primavera o sol despontou como um foguete furioso. Marcos passava os dias zanzando como uma mosca pelo bairro. Não havia muito que se fazer sem emprego e com todo aquele calorão desgraçado. O mormaço nos absorvia, grudava como visgo e uma deixava uma moleza nos corpos dos cães e dos homens. Todos com a língua de fora.
- Porra! Não agüento mais este calor.
Nada se movia, árvores, folhas. Apenas o mormaço nauseante e a poeira vermelha que levantava quando passava um automóvel na antiga estrada de chão batido.
Neste tempo de calor quase insuportável, Carlos tornou-se amigo de Juan. Juan é um cubano que surgiu do nada no bairro. Ninguém sabia ao certo sua verdadeira história. Nem mesmo Carlos, com quem ele iniciou uma grande amizade. Carlos sabia que ele amava a ilha e detestava os políticos que governavam o país. Também sabia que numa pequena balsa ele e mais quatro homens enfrentaram tubarões e chegaram a Miami. Isto ele contou a Carlos. “preferi enfrentar os tubarões que continuar naquilo que está instalado lá.” dizia Juan sem esconder a tristeza em seus olhos. Ele falava sobre quando andava pelo Malecon e observava o mar do Caribe estendendo-se no horizonte. “Lindo. O entardecer diante de mim com aquele mar, as cores que se formavam no céu. As mulheres com suas bundas fantásticas, zingando como se flutuassem sobre as sandálias desbeiçadas. Se insinuavam fazendo esquecer toda miséria e fome. Lindas”.
Carlos voltou do bar. Não estava lá Juan. Bebeu uma cerveja e voltou arrastando-se por causa do calor. Peito nu vestia apenas uma bermuda e chinelos. Entrou em casa e secou uma garrafa de água. Bebeu no gargalo e sentou em frente à porta de sua casa. Fumava um cigarro quando sua mãe o chamou com um berro estridente como se uma tragédia tivesse acontecido. Carlos tragou o cigarro e sua mãe surgiu.
- Aquele lagarto apareceu novamente para comer os ovos das galinhas.
Carlos soltou à fumaça.
- Onde ele está?
- Acho que ainda está lá atrás da casa no ninho das galinhas.
- Juan deixou a espingarda?
- Sim, sim! Disse que você ficasse com ela. Por causa dos roubos que andam acontecendo por aqui.
- Vou dar um tiro naquele lagarto.
Carlos deu a última tragada no cigarro e levantou-se. Entrou na casa e foi ao quarto, sobre o velho roupeiro encontrou a arma. Meteu as balas e saiu rápido.
- Vá antes que ele saia de lá – disse sua mãe.
Carlos contornou a casa o mais rápido que pode, tentando não fazer barulho. Espiou e viu o bicho lá. Teve nojo, engatilhou a espingarda e mirou. O lagarto estava estático, lambendo-se com aquela língua horrível. Carlos viu os ovos quebrados, o lagarto sobre o ninho esbanjando-se. A língua novendo-se para fora da boca, a barriga pesada, estufada com os ovos. O suor escoria no corpo de Carlos, suas axilas grudavam e sua mãe espiava a ação.
Carlos continuou mirando. Estava a alguns metros do lagarto que percebeu sua presença, Carlos segurou a respiração para não se mexer. Tinha que ser rápido antes que o bicho desse o fora. O lagarto virou a cabeça para o lado, Carlos tentou acompanhar com o cano da espingarda. Mirou no olho do lagarto, apertou o gatilho e disparou. O lagarto saltou com o impacto, ficou caído estrebuchando no chão.
- Acertou? – gritou a mãe de Carlos. Curvado e segurando a espingarda Carlos correu até o animal. Encontrou-o tremendo a cauda, o olho esquerdo esfacelado. O sangue espalhando-se sobre a cabeça do lagarto. A mãe de Carlos aproximou-se com cuidado e curiosidade. Ele está morto? – perguntou ela.
Ainda não – respondeu Carlos, engatilhando novamente a espingarda e dando um disparo no ventre do animal respondeu.
- Agora está.

Mais de Menos

Enquanto olhavam a água turva, Joseias pensava num frango assado. Estavam mergulhados naquela merda. Isalda segurava as lágrimas com os olhos fixos num pequeno redemoinho que se fazia no riacho.
- Tenho vontade de aterrar este riacho – disse, Isalda.
- Porquê? – perguntou Joseias surpreso, o frango assado ainda estava na sua cabeça.
- Acho tão triste. Tão triste isto tudo. Nós, o riacho, a fome. Tentamos de tudo para sair desta situação. Os peixes que morreram aqui, morreram assim como nós vamos morrer. Sufocados, sem nenhuma chance. Queria jogar toneladas de terra neste riacho. Acabar com tudo.
Joseias pregou os olhos em Isalda.
- É só uma questão de sorte. De tê-la ou não – Argumentou Joseias. Isalda ficou quieta. Voltou-se para o riacho e suspirou profundamente.
- Sempre vivemos atolados na merda. Agora só resta este riacho com peixes mortos. Pensei que podíamos ter uma vida melhor. Tudo acontece contra.
Joseias voltou o olhar para o riacho. O redemoinho aos poucos se desfez.
- Eu queria comer um bom frango assado. Eu só queria isso. Um grande e suculento frango assado. Nada mais – disse Joseias.
- Quanto mais lutamos, menos temos. Estou cansada. Eu queria aterrar este riacho. Esquecê-lo. Esquecer os peixes que morreram aqui. Esquecer que tivemos esperança.
- Lembra quando eu saí semana passada? – perguntou Joseias.
- Lembro.
- Eu vi um galinheiro. Não fica muito longe daqui. Desde então lembrei o que tinha esquecido. Lembrei do sabor de um frango assado e isto não sai da minha cabeça. Um frango assado.
- Joseias…
- É isso. Esta noite vou lá. Vou lá e vou pegar um frango gordo. O maior, o mais bonito. Vou pegar um frango e nós esqueceremos este riacho. Vamos ter um jantar de rei. Eu mesmo vou assá-lo. Teremos um suculento frango assado.
Isalda levantou-se lentamente. Não tinha forças nem mesmo para o desespero. Estava entregue, os olhos marejados. Joseias pensava no frango, no galinheiro, no jantar de rei.
- A única coisa que tenho vontade é de aterrar este riacho. Não quero mais ele. Não quero mais ver esta água e lembrar dos peixes que morreram aqui, junto com nossos sonhos. Não quero mais este lugar. Sempre tivemos mais de menos. Você entende? Mais de menos. Estamos mergulhados na merda. Uma vida de merda.
No horizonte filetes alaranjados se desenhavam. As árvores lançavam monstruosas sombras sobre Isalda e joseias. A água turva não refletia mais a imagem dos dois.
- Vamos embora daqui – disse Joseias. – Essa será nossa última noite neste lugar.
Joseias esperou a noite, pegou uma faca e pediu para a mulher ferver uma panela com água para esperá-lo. Joseias tinha o frango em sua cabeça. Imaginava-se saboreando o animal, a cor dourada da pele assada, a carne branca se desmanchando em sua boca. Joseias colocou a faca na cintura e saiu.
Meia hora depois ele chegou ao galinheiro. Entrou sorrateiro e logo pegou um frango pelo pescoço. Num gesto rápido e certeiro passou-lhe a faca no pescoço. A pressa foi tanta e o golpe tão forte que a cabeça do animal foi decepada. Joseias deixou-a no chão e carregando o frango embaixo do braço saiu correndo até sumir entre as árvores mergulhadas na noite.
Isalda fervia a água quando Joseias bateu na porta. Entrou esbaforido, o coração a ponto de explodir. Ao ver Isalda sorriu triunfante e mostrou-lhe o frango com a cabeça decepada, sua mão estava tingida de sangue. Isalda não se importou e logo tratou de depenar o bicho escaldando-o com a água que fervia. Alguns minutos depois Joseias assava o frango sem esconder o sorriso no rosto.
O frango ainda estava na sua cabeça.

Água Turva

Cíntia olhou o Rio Guaíba lá embaixo. Água suja. Era assim que ela se sentia. Suja, feia, sem esperanças. Porto Alegre lentamente mergulhava numa noite morna e deserta. O Guaíba continuou dançando e seduzindo-a, como um monstro terrível.

O Cara do MIG

Teve também aquele cara que adorava os aviões de caça Russo. Especialmente os Migs. Tinha uma porção de pôsteres, revistas e livros sobre os tais caças soviéticos. Cheguei a ver alguns, eram realmente interessantes e belos aqueles aviões. Eu ficava imaginando algum russo louco encaixado dentro de um daqueles Migs. Um frio de foder e o piloto lá, demente o suficiente para fazer manobras sobre a Cibéria, despejando uma rajada de metralhadora, disparando foguetes sobre alvos inimigos. Toda agilidade dos Migs em ação, surgindo e desaparecendo por trás de montanhas cobertas de neve, riscando o céu cinzento.
“Um caça bom para manobras e os Russos loucos para abater os fodidos caças F15 e 16 da porra dos americanos”, dizia Rubens, o cara louco pelos Migs. “Eu queria pilotar uma belezinha dessas e riscar o chão num rasante, disparando contra os homenzinhos lá embaixo. “Todos se cagando de medo”, completava Rubens quase em transe, imaginando à cena.
O cara veio parar aqui na pensão numa noite calorenta de março. Estava tudo uma merda só. Um calor fodido daqueles e eu aqui nessa pensão de merda rodeado por baratas e insetos que voavam ao redor da lâmpada pensando que era algum tipo de astro celeste. Talvez um sol, um planeta ou uma lua, qualquer uma dessas porras. Pelos menos eu imaginei isso, os insetos como seres do espaço voando ao redor de um planeta luminoso. Uma noite que só tinha restado o tédio. Até mesmo a Leila, uma garota que trabalha numa boate não estava aqui. Uma bunda que é qualquer coisa de fantástica. Então chegou o cara com sua maleta, pediu um quarto e subiu. Minutos depois ele apareceu aqui embaixo e falou dos tais caças Migs. Quase toda noite ficávamos batendo papo, ele me mostrou os pôster, revistas e tudo que tinha sobre aqueles aviões. Duas semanas depois o cara se mandou. Me deixou de presente um velho pôster de um Mig 21. Porra, esses Migs são de foder.

O Amor Perdoa Tudo

A jogada foi boa. Nadinho deu a primeira tacada com força e as bolas espalharam-se pela mesa. Caiu uma, duas, e uma terceira insinuou-se na caçapa, lambeu a borda e caiu suave. O silêncio tomou conta do bar, cortado apenas pelo rolar da bola 5 caçapa adentro. Nadinho continuou até chegar a vez de Guilherme jogar. Guilherme olhou tentando disfarçar o espanto, molhou a garganta com um belo gole de cerveja, deslizou o giz no taco e debruçou-se sobre a mesa como se ela fosse sua amante. Logo após ele deu a sua tacada enquanto o sol escaldante queimava lá fora. Nada caiu, os olhos de Guilherme ziguezaguearam atrás das bolas coloridas até o momento delas pararem de rolar. Nadinho tragou o seu cigarro no silêncio do bar, lançou a fumaça no ar, espantou a mosca que descansava sobre a borda do seu copo de cerveja e sorveu o último gole. – Trás outra! – gritou Nadinho ajeitando-se sobre a mesa. Valdomiro trouxe a cerveja e colocou-a sobre o balcão. Nadinho encaçapou novamente, depois, estrategicamente colou uma bola noutra. Guilherme escorou o queixo no taco, observou a mesa com um olhar fixo, compenetrado, e depois fez a sua jogada. O cara ao lado fez uma careta e misturou mais um pouco de Coca na sua cachaça, nada caiu, e assim foi praticamente durante todo o jogo. Era a nêga, e Guilherme havia perdido. Perdera a nêga e os únicos cinqüenta reais que tinha. “Cinqüentinha”, pensou Guilherme enquanto saía do bar escondendo os olhos do sol. Tragédia não era ter perdido cinqüenta “pila” na sinuca, mas sim, ter que encarar Joana em casa. Aquilo sim seria barra, Guilherme imaginava Joana cuspindo fogo pela boca, com os olhos ameaçadores querendo engoli-lo vivo. Guilherme deu meia volta, entrou numa ruela, chutou um vira-lata que quase o mordeu e, alguns minutos depois bateu palmas em frente a casa de Janaina. Ela apareceu, pôs a cabeça para fora da janela, seus cabelos negros e longos deslizaram pela parede. Guilherme iluminou-se com aquela visão, os cabelos de Janaina era o quê ele mais gostava nela. Certa vez Guilherme quase casou-se com Janaina por causa dos seus cabelos negros. – Posso entrar? – perguntou Guilherme fazendo-se de acanhado. Janaina moveu a cabeça afirmativamente e foi abrir a porta desbotada. Guilherme entrou, sentou no sofá, pegou uma almofada e colocou sobre o colo. Janaina acendeu um mata-rato, deu uma tragada e olhou para Guilherme. – Ué, o que aconteceu para você aparecer? – perguntou Janaina. – Preciso de cinqüenta pila – disse Guilherme sem enrolar. – Você nunca mais apareceu e quando resolve dar as caras é para pedir dinheiro? – Tá achando que eu sou banco ou alguma idiota? – Me quebra esse galho Janaina – pediu Guilherme com a voz mansa. – Vai pedir para a Joana! – disse Janaina com indiferença. Guilherme acendeu um cigarro e olhou para a porta. Janaina fumava tranqüilamente, os cabelos caíam sobre suas costas. – Não posso, é para dar a ela. Janaina soltou uma gargalhada. – Você acha que eu vou te dar dinheiro para você levar para aquela mulher? Você está louco! Não mandei você me trocar por aquela bruxa. – Por favor… perdi na sinuca o dinheiro que recebi, e Joana está esperando que eu apareça em casa com ele – disse Guilherme desolado. – Diz a ela. Não foi você que disse que o amor perdoa tudo? – Você sabe como é Joana, não posso aparecer e dizer que perdi o dinheiro na sinuca. – E para mim pode? E ainda quer que eu o consiga para dá-lo a outra mulher! – É apenas um empréstimo para mim sair dessa enrascada. Por favor, Janaina, você não vai fazer isso comigo… vai? – Vou. Guilherme levantou, acendeu um outro cigarro e com passos arrastados aproximou-se de Janaina, olhou-a e suavemente passou-lhe a mão nos seus cabelos. Tragou o cigarro, lançou a fumaça para cima enquanto continuava a acariciar os cabelos negros de Janaina. – Teus cabelos são tão lindos! – disse Guilherme com a voz terna. – Não adianta vir com esse papo. – Você sabe que digo a verdade, sempre fui apaixonado por teu cabelo. Um dia vou fugir com você… Janaina levantou-se da cadeira e foi ao quarto sem dizer uma palavra. Guilherme ficou esperando-a voltar enquanto terminava de fumar o cigarro. Olhou para a cortina da porta até que Janaina surgiu por detrás dela, caminhou em direção à Guilherme e estendeu-lhe a mão. – Tome – disse Janaina mostrando-lhe o dinheiro. Guilherme pegou os cinqüenta reais da mão de Janaina, olhou para a nota e colocou-a no bolso. – Obrigado, você salvou minha pele – agradeceu Guilherme acariciando novamente os cabelos de Janaina. – Agora vai! – disse Janaina. Aliviado, Guilherme vira-se e vai embora, enquanto Janaina fica pensando na frase dita por ele no passado: “O amor perdoa tudo”.