5.7.08

A dança

Ele entrou silenciosamente, a cabeça gigante parecia pesar e por isso a mantinha inclinada para baixo. Ou porque simplesmete não desejasse ver em sua volta. O auditório estava lotado, havia mais pessoas que esperava. Eles gritavam, assoviavam, diziam palavrões. O velho sentou-se, bebeu um longo gole de sua bebida e leu um primeiro poema. Um cara na fila da frente disse-lhe um palavrão reclamando do poema, chamau-lhe de bêbado senil. Era oque eles queriam. E o velho lhes deu. Desfereiu-lhes palavrões, cuspiu neles, e a pláteia foi ao delírio. Leu mais poemas, bebeu, mandou a pláteia se calar. No final foi para seu quarto, deitou na cama, pegou sua bebida e deu um longo gole, depois acendeu um cigarro e tragou. Ficou observando a fumaça do cigarro se misturar as luzes da noite entravam pela veneziana.

Nenhum comentário: